Quando se fala em cafeterias, o que vem em sua cabeça? Algo como Starbucks? Um lugar para ler e relaxar? Trabalho, estudos?
Seja qual for a sua motivação, é interessante saber que os cafés sempre tiveram um grande papel social e neles já foram criadas grandes coisas que marcaram a nossa história.
No artigo de hoje, você descobrirá de onde surgiu esse hábito de ir em uma boa cafeteria e tudo o que esses lugares já proporcionaram ao mundo!
Não deixe de ler esse blog post que está demais!
Espaços públicos para um café: como tudo começou
Na história do café, as cafeterias tiveram uma participação muito importante para a popularização da bebida mais consumida do mundo.
Os efeitos estimulantes do café trouxeram consigo a necessidade do homem de se socializar enquanto apreciava a bebida.
E foi assim, que a primeira cafeteria surgiu na Turquia, em 1475. Ir a esses lugares era um ritual para os povos árabes que popularizaram o café.
Quase 100 anos depois, as cafeterias de Meca e Cairo eram lugares muito procurados por artistas e poetas.
São descritos como lugares movimentados, onde se discutia política, jogavam e contavam histórias e pregações.
Opa, pregações?
Sim, visto que esse foi o motivo das primeiras perseguições às cafeterias, pois os líderes religiosos alegavam que seus fiéis estavam se rendendo ao vício de tomar café.
Enfim, como sabemos, de nada adiantou essa repressão.
Os cafés na Europa
No início do século XVII, em Veneza chegou o café na Europa, e logo após foi fundada a 1a cafeteria, a Botteghe del Caffè, que trouxe inovação com o hábito de torrar e moer o grão na Europa.
O mesmo lugar onde criaram o café vienense, que era o café turco adoçado com mel, leite e canela em cima. E dessa forma nasceu um novo jeito de apreciar tanto a bebida, quanto os locais.
Anos depois, seguindo o modelo turco, as cafeterias se espalharam pelos centros urbanos da Europa, com um caráter agregador e estimulante a troca de ideias.
Outros grandes feitos nas cafeterias europeias
Na França, podemos dizer que surgiu a primeira cafeteria literária em Paris, chamada Le Procope, um lugar luxuoso, que valorizava a tradicional cozinha francesa.
Aberta até os dias de hoje, foi ela quem deu início a vários outros negócios similares na região.
Os franceses pegaram o gosto em discutir ideias revolucionárias nos cafés, além de recitar poemas e ler livros. Dizem até que a revolução francesa nasceu em uma dessas cafeterias.
Durante o século XVII e XVIII, países como Itália, Alemanha, Portugal, Inglaterra, entre outros trocaram as suas tabernas por cafés.
Em 1693, já existiam em Londres mais de 300 cafeterias, conhecidas como seminários da rebelião por serem locais propícios para se falar de política e socializar.
Aliás, boa parte da literatura inglesa foi escrita em um café, pois eram lugares de refúgio para acadêmicos, jornalistas e grandes intelectuais.
Inclusive, essas pessoas alugavam salas privativas (com cortinas e portas) para usar como espaço de trabalho. Olha ai os espaços coworking surgindo nos cafés!
A bolsa de valores e o maior mercado de seguros do mundo – LLoyds de Londres, tiveram suas operações iniciadas dentro de uma cafeteria.
Ainda que os ingleses tenham trocado o café pelo chá, as cafeterias reviveram na era vitoriana e era onde a classe trabalhadora podia se socializar.
As cafeterias na América e uma nova forma de tomar café
A chegada do café no século XVII na América do Norte foi uma ótima alternativa ao chá, e logo as cafeterias se expandiram pelos EUA.
Semelhantemente a Europa, grandes eventos e locais icônicos do país foram criados dentro de uma cafeteria.
Como por exemplo, a Festa do Chá de Boston, em 1773. Vai entender!
Assim como a Bolsa de Valores e o Banco de Nova York, acharam nos cafés um ótimo espaço para as suas primeiras negociações.
No Brasil, o café trouxe indiretamente modernidade ao país e claro, junto a isso vieram as primeiras cafeterias. Estas foram ponto de encontro dos jovens para discutir questões políticas e literárias.
Uma das mais antigas e que sobrevive até hoje, é a Confeitaria Colombo do Rio de Janeiro, fundada em 1894, onde se reuniram artistas, políticos e intelectuais, como Olavo Bilac, Rui Barbosa, Chiquinha Gonzaga, Getúlio Vargas, entre outros.
A nova era das cafeterias
Na década de 70, nos EUA, se iniciou um movimento para levar café de qualidade às pessoas.
E com a ajuda das máquinas de café houve um resgate do prazer de tomar um bom cafézinho em um espaço público, que espalhou a cultura do latte para o resto do mundo.
Voltando ao Brasil, hoje existem cerca de 3,5 mil cafeterias, entre especializadas, não especializadas, premium, franquias, entre outros estilos.
Isso mostra que os cafés continuam atraindo os chamados coffee lovers, aqueles que amam o conceito por trás dos cafés e as trocas de experiências.
Seja para ler, estudar, ficar no celular ou encontrar alguém, as cafeterias continuam sendo aquele ambiente propício para uma fuga da rotina e lazer.
E se você é do time dos coffee lovers, que tal chamar seus amigos para pensar sobre assuntos interessantes lá no Consciência Café?